Na formação universitária estudamos e discutimos os conceitos, abordagens, áreas e outros saberes que, junto com a nossa subjetividade, nos constituem como terapeutas ocupacionais.Logo, o que nos diferenciará na prática, serão os cursos, especializações e caminhos escolhidos para a carreira profissional.
Mas a pergunta em questão vem permeando os meus pensamentos desde que comecei a observar, e transitar por espaços que oferecem o serviço de Terapia Ocupacional. Na prática, no "mão na massa", o que tenho observado é uma Terapia Ocupacional recreativa que se confunde, ao mesmo tempo, com uma aula de artes, puramente ocupacional, onde entupir o sujeito com atividades vazias e sem sentido induz a uma mascarada reabilitação psicossocial.
O contrário também acontece, lógico, a T.O que empodera o sujeito, que amplia redes e resgata a cidadania. Porém, é mais trabalhosa, requer envolvimento, comprometimento e respeito às pessoas.Também exige que realmente se pense e elabore estratégias, análises e metodologias para a aplicação das atividades e, principalmente, exige trabalho em equipe.
Pensemos juntos, se você é um T.O de "trabalhinhos", sem inquietações, e que acha que a Terapia Ocupacional é muito fácil de ser realizada, ok. Tem espaço para todos. Não podemos fechar os olhos para uma prática que existe. Agora, se você, assim como eu, não se identifica com essa abordagem ocupacional muitas vezes chamada de "socializante", vamos pensar juntos na construção de novos espaços com potência de fazer acontecer DE VERDADE
Arte e ciência
Há 11 anos
6 comentários:
Olá!
Muito obrigado pela visita no meu blog!
Se quiser adicione-me no msn,é mais fácil para trocar impressões: gaivote@hotmail.com
um beijinho
Olá, me chamo erika,moro um bocadinho longe de vc... em Olinda - PE. Tbm faço t.o e concordo em número, gênero e grau quando vc fala das inquietações que a t.o proporciona à nós futuros profissionais...que lidar com o que é significativo para o outro é muito mais complexo do que imaginamos, porque o SIGNIFICADO das nossas ocupações é o que deixa a nossa vida mais bonita. Talvez por lidarmos com "coisas" assim tão subjetivas e de importância ímpar faz a T.O tão essencial na vida de quem precisa... pena é que nem todo mundo sabe disso, pq as pessoas não costumam olhar pra si e perceber o q realmente é importante para serem felizes...
Um beijo,
Adorei o blog! voltarei sempre!
Concordo com você pequena, pois as vezes acho que nem parte de nós Tos consegue acessar esses conteúdos internos e fica realizando atividade no vazio, sem sentido.
Adorei esta tua observação e inquietação relacionada ao que realmente existe de sociabilizante em oferecer atividades/artes para aqueles que nos chegam para um "tratamento" (prefiro acolhimento). Também me preocupava muito, durante os primeiros semestres de curso,minha atitude diante estas pessoas e o que realmente eu tinha de criativo para ajudá-las a descontruirem suas angustias em um "produto" externo socialmente aceito. Enfim...descobri que para a "plasticidade" não tenho destreza para contribuir. Aí vieram os estágios... frio na barriga, né(mas isso vai sempre acontecer, quando desafios nos forem oferecidos)! Eu percebi que é só na prática que a gente se dá de conta de tudo aquilo que achávamos desinteressante serviriam de referências para a nossa abordagem com nosso cliente. Claro que muito de nosssa subjetividade está incluído nesse processo, mas principalmente que não é preciso ter o "Dom" para nada, se a atenção, interesse, memória e a acolhida estiverem em sintonia. Muitos de nossos progressos se devem apenas ao ouvir àquela pessoa que está em nossa frente... um ouvir que a faça perceber que a "solução" e/ou resposta aos seus conflitos já são inatos é só esperar o "estalo" (o dar-se de conta). Enquanto isso se processa ... ESCOLHAMOS BEM, A ATIVIDADE!!!!!!!RS
Um abraço colega!!!!!
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